Otimizar discos SSD no Linux

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Certo, você trocou seu HD antigo e agora precisa de dicas para otimizar discos SSD no Linux? Neste tutorial você vai ver o que realmente importa para obter melhor performance, porém, com todos os cuidados para aumentar a vida útil do dispositivo.

Você vai precisar digitar um comando aqui, outro ali, para modificar o modo como o sistema monta e se comporta com o seu novo SSD, vamos ativar o TRIM, que otimiza bastante a velocidade com que o sistema grava novas informações no seu disco, e falaremos um pouco sobre particionamento e partição SWAP.

Além de tudo isso, você também vai precisar verificar e (se necessário) alterar configurações na BIOS/UEFI do seu computador e verificar se existe alguma atualização para o firmware do seu SSD.

Vamos ver tudo isso no artigo a seguir.

Obs.: Para todo este artigo, vou utilizar o Ubuntu 15.04, mas isso deverá funcionar em outras distros  do Linux também (com as devidas modificações).

Como otimizar discos SSD no Linux

Se você trabalha há algum tempo com computadores, deve saber que a maioria dos equipamentos trazem um firmware. Este nada mais é, do que um software gravado no chip do aparelho com instruções operacionais que determinam como este deve funcionar.

É muito importante que você verifique no site do fabricando do seu SSD, se já existe alguma atualização de firmware que otimiza sua performance ou até corrija problemas que podem danificar o equipamento no futuro.

Por parecer algo banal, já que confiamos que o fabricante nunca iria nos vender algo que possa dar problema, mas lembre-se, tudo pode ser aprimorado.

Como a atualização de firmware poderia causar perda dos dados gravados no SSD, sugiro que este seja seu primeiro passo em busca da perfeição, assim você evita ter que instalar tudo novamente caso algo dê problemas.

Normalmente o próprio fabricando do seu SSD deverá disponibilizar ferramentas para a atualização de firmware, mas se você precisa de um norte para começar, encontrei um site que mostra como fazer isso com as marcas mais famosas de SSD.

Mas volto a repetir, primeiramente procure no site do fabricando do seu SSD.

BIOS / UEFI

Depois (ou antes) de verificar o firmware do seu SSD, tenha certeza de que sua BIOS / UEFI esteja configurada adequadamente. Para que seu SSD funcione com todos os recursos e em máxima performance, o “SATA mode” da configuração da sua placa-mãe deverá estar em AHCI (Advanced Host Controller Interface).

Note que não há uma padronização entre os fabricantes sobre o nome e em qual menu essa opção vai estar, portanto, você deverá procurar como modificar o modo com que a sua placa-mãe se comporta com discos SATA.

Modifique o "SATA mode" para AHCI

Modifique o “SATA mode” para AHCI

Até aqui é com você, neste caso não há muito o que eu possa fazer para lhe ajudar, já que cada modelo de placa-mãe tem nomes e menus diferentes. Mas nada como o Google, ou o próprio manual da placa, não resolva.

Particionamento e memória RAM

Provavelmente você deve ter pensando: “O que memória RAM tem haver com SSD?”, e já vou me explicar!

Quando particionamos nosso SSD para instalar qualquer Linux, uma recomendação é que você tenha uma partição SWAP para ser utilizada como arquivo de troca. Basicamente, isso significa que quando a memória RAM do seu computador está sendo utilizada por completo, o sistema irá utilizar a partição SWAP “como memória RAM” para não existirem erros.

Este fator indica duas coisas para você:

  • Seu computador vai ficar muito mais lento neste momento;
  • Você precisa de mais memória RAM;

Seria interessante que você nunca precisasse de uma partição SWAP para realizar tarefas no seu Linux, mas você só vai conseguir isso quando o seu computador tiver memória RAM suficiente para executar todas as tarefas que você executa quando está utilizando o máximo do seu computador.

Isso vai depender de pessoa para pessoa, mas eu me arriscaria em dizer que qualquer computador com 8GB (ou mais) de memória RAM, quase nunca utiliza uma partição SWAP (ênfase em “pessoa para pessoa” e “QUASE NUNCA”).

O fato mais preocupante para pessoas que utilizam muito da partição SWAP em um disco SSD é que isso irá fazer com que ele tenha a vida útil encurtada, já que ela é medida em quantidade de bytes escritos no disco.

Então vamos resumir: Obtenha mais memória RAM caso ache que precisa. A vida útil do seu SSD agradece.

Outro fato interessante é que partições EXT4 têm desempenho superior a outros formatos, portanto, com exceção da partição SWAP, sempre opte pelo formato EXT4 para as outras partições.

Detalhe: Aqui você pode ficar à vontade para particionar seu SSD da maneira que achar melhor. Isso não afetará a performance do mesmo (a não ser que você faça alguma loucura diferente do que estamos acostumados).

Alterando o arquivo FSTAB

Vamos adicionar dois parâmetros para a montagem do nosso SSD no arquivo /etc/fstab do Ubuntu, são eles:

  • noatime – Este parâmetro indica ao sistema para não  atualizar as propriedades de um arquivo quando este é acessado. Só para explicar, a cada vez que você acessa um arquivo no Linux, suas propriedades são alteradas indicando que este foi acessado, vamos remover isso. Veja bem, isso não afeta aquela propriedade que indica quando o arquivo foi modificado pela última vez, apenas a propriedade de acesso.
  • discard – Este parâmetro ativa o TRIM no seu SSD. Ou seja, indica ao sistema para marcar um setor do SSD como vazio assim que o arquivo for apagado. Por padrão, o sistema não apaga o arquivo do SSD, portanto, toda vez que você vai gravar um novo arquivo, o Linux terá que apagar o arquivo antigo para depois salvar o novo, isso fará com que você gaste dois ciclos ao invés de apenas um. Discard resolverá este problema.

Para alterar seu FSTAB, abra o terminal e digite:

sudo gedit /etc/fstab

AVISO: Se você fizer qualquer bagunça neste arquivo, o sistema não irá dar o boot na próxima reinicialização. Faça backup desse arquivo e preste bastante atenção do que está fazendo.

Vamos editar a linha referente à “/” (barra), veja como está o meu fstab original:

Meu FSTAB

Meu FSTAB

Agora veja como ficou após a adição de “noatime” e “discard”.

Adição de "noatime" e "discard"

Adição de “noatime” e “discard”

Salve este arquivo e pronto.

Verificando o I/O scheduler

A razão pela qual estou dizendo isso, é porque algumas versões antigas do Linux utilizam o I/O scheduler CFQ, que não é otimizado para SSDs. Porém, as versões mais recentes do sistema utilizam “deadline”, que resolve os nossos problemas e podemos dormir mais tranquilos.

Para verificar isso, digite:

cat /sys/block/sda/queue/scheduler

E verifique se a opção que está entre colchetes (ativa) é a [deadline]. Pronto, estamos otimizados!

Vídeo dicas

O vídeo abaixo tem praticamente o conteúdo do artigo acima, porém, se você gosta de ouvir ao invés de ler, assista abaixo:

Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=DDPQXVTaHHk

Espero ter ajudado!